𝐹𝑖𝑙𝑜𝑠𝑜𝑓𝑖𝑎, 𝑇𝑒𝑜𝑙𝑜𝑔𝑖𝑎 𝑒 𝐶𝑢𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑚 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙!

domingo, 15 de janeiro de 2017

O MAL MENOR


Sempre que ocorre uma crise econômica, na grande maioria dos casos é em decorrência de uma crise política. Quando a crise bate às portas, e não conseguimos atingir o superavit primário pelo menos, começamos a despencar e ver nosso país perder crédito internacional através de avaliações das agências de classificação de risco. No caso do Brasil, o que o rebaixou ainda mais, foi principalmente a má gestão do executivo, a falta de diálogo do mesmo com o legislativo, e com alguns gigantes do judiciário, que por sinal em sua maioria apesar de serem indicações do PT, ficaram de pés e mãos atadas diante de tamanha autofagia partidária, tendo que dar fim ao processo presidindo a sentença na presença dos ilustríssimos senadores.

          Com toda a sangria realizada na Petrobrás, encabeçada por vários políticos de alto jargão, juntamente com representantes tanto da câmara dos deputados, com auxílio de donos de empreiteiras famosíssimas, conseguiram materializar o maior caso de corrupção já registrado no mundo. O Brasil perdeu crédito e foi rebaixado pelas agências internacionais, mas ao mesmo tempo subiu na lista dos países mais corruptos do mundo, ficando até a presente data entre os cinco do maiores.

          Com efeito, nossa economia ficou em frangalhos, não conseguimos mais quitar as dívidas, perdemos crédito, e hoje estamos no vermelho, enfim no "cheque especial” e não temos previsão de entrada de dinheiro para superar a dívida.

          Nem todos sabem, que no Brasil hoje não existe nenhum partido de direita, o que existe é um acordo de compadres, que desandou de vez quando a ânsia pelo poder falou mais alto de quem estava no banco de reservas e, aproveitando-se da total incapacidade governista da antiga chefe do executivo, levaram a tona provas incontestáveis do envolvimento de inúmeros políticos da legenda em casos de corrupção, mesmo que tal ação tenha levado junto alguns do partido denunciante que por sinal preside a nação neste exato período "típico comportamento marxista, se você  faz parte do meu círculo de interesse hoje é meu amigo, caso contrário é meu inimigo mortal".

          Destarte, como sempre ocorreu na nova velha democracia brasileira, com as famosas delações premiadas, vemos uma avalanche de condenados entregar seus antigos aliados em troca de penas mais brandas, e podemos imaginar como nosso país ficará ao final desse processo, e de como a economia afundará ainda mais diante de tamanha insegurança política.

            Como não é de interesse dos poderosos perderem a gorda mesada que arrecadam de seus trabalhos, imediatamente se mobilizaram juntamente com o novo chefe do executivo e ministros com a proposta do PEC 241. Bem o que é a PEC? Não adianta se irritar, se perguntar para muitos nas ruas, principalmente para os militantes de esquerda que estão ocupando os colégios em todo país pouquíssimos saberão sequer o significado dessa abreviação. Uma emenda constitucional é uma modificação da constituição de um  Estado, resultando em mudanças pontuais do texto constitucional, as quais são restritas a determinadas matérias, não podendo, apenas, ter como objeto a abolição das chamadas cláusulas pétreas.[1].

No mundo moderno, o mecanismo de emenda constitucional foi explicitamente criado pela Constituição da Pensilvânia de 1776, mas foi consagrada como uma inovação da Constituição dos Estados Unidos, aprovada em 17 de setembro de 1787, em vigor desde 21 de junho de 1788, sendo posteriormente adaptada por muitos outros países.

            É relevante destacar que até então, os processos de mudança constitucional eram geralmente marcados por violência e grandes mudanças políticas, muitas vezes ocorrendo em meio a revoluções e guerras civis entre os que pretendiam mudar uma constituição e os que queriam mantê-la. Assim, a primeira vantagem da Emenda Constitucional seria a de permitir mudanças institucionais dentro dos trâmites legais e mantendo a ordem legal. Outra vantagem é o fato de que a Emenda Constitucional pode mudar apenas um parágrafo, tópico ou tema da Constituição, sem a necessidade de se convocar uma nova Constituinte.

            Vejamos como é o histórico do PIB (Produto Interno Bruto) segundo o IBGE nos últimos 5 anos. É importante, pois ele é a referência para vermos como está a saúde financeira de qualquer país;

2015  /  5,90 trilhões  /  -3,8%.

2014  /  5,52 trilhões  /  0,1%.

2013  /  5,31 trilhões  /  2,7%.

2012  /  4,81 trilhões  /  1,8%.

2011  /  4,37 trilhões  /   3,9%.

            Bem, não é difícil entender que saímos de um superavit de 3,9% em 2011 para um déficit até 2015, não há economia que aguente. No atual ano, temos hoje uma divida interna e externa girando em torno de 3,3 trilhões , sem perspectiva de quitação, a não ser que o governo encontre uma solução mágica que resolva o problema. Vejamos agora como é nossa atual despesa; [3].

- Gasto com pessoal ativo (exceto educação e saúde): 8% do PIB.

- Gasto Social: 63% do PIB "Isso mesmo, 63% do PIB".
- Gasto com educação: 7% do PIB.

- Gasto com saúde: 9% do PIB.

- Gasto com o bolsa família: 2% do PIB.

- Gasto com seguro desemprego "que não é pouco em vista no número de desempregados": 4%.

- Gasto com o MRV: 3%.

-Gasto com a previdência: 4%.

            Claro que não poderíamos deixar de levantar os gastos com o Executivo, Legislativo e Judiciário, os mesmos em ordem com as seguintes porcentagens: 2,6%, 0,19% 1,3%. Vemos que de acordo com 100% dos gastos temos 3,9% destinados a eles, claro que de forma geral não se compara com os outros 96,1% destinados a todos os outros fins. Com efeito, apesar dos números supramencionados, vemos que na prática não são necessários 513 deputados, 81 senadores e mais de 2 milhões de servidores públicos. Além disso, não é possível diante de tamanha crise ser aprovado reajustes  realizados pela PGR para os integrantes e contratados dos três poderes com a porcentagem de 16,5% à 41,48%, o que naturalmente é desproporcional aos reajustes dos trabalhadores brasileiros.

            A PEC 241 propõe que, a partir de 2017, as despesas primárias da União fiquem limitadas ao que foi gasto no ano anterior corrigido pela inflação. Ou seja, em 2017, a despesa em termos reais (isto é, descontada a inflação ocorrida em 2016) ficará igual à realizada em 2016. Por sua vez, em 2018, o limite anual será o teto de 2017 acrescido da inflação, em 2017. E assim por diante, enquanto a PEC estiver em vigor [2].

            O objetivo da PEC 241 é conter a expansão da despesa pública primária que, no período 2008-2015, cresceu, anualmente, em média, 6% acima da inflação. O controle da expansão da despesa primária é fundamental para reduzir a despesa financeira, pois permite ao governo financiar sua dívida com uma taxa de juro menor. De fato, ao buscar adequar suas despesas às receitas auferidas, o governo sinaliza para os detentores de títulos públicos que os valores contratualmente estipulados nesses títulos serão honrados, possibilitando menores taxas na negociação de novos títulos públicos[2].

            O Novo Regime Fiscal vigorará por 20 anos. O Poder Executivo poderá apresentar projeto de lei propondo novo critério de correção do limite de despesa para vigorar a partir do décimo ano. Em outras palavras, passados dez anos de limitação do gasto com base em correção da despesa pela variação da inflação do ano anterior, poderá ser proposto outro critério de reajuste do limite. Por exemplo, passados esses dez anos de ajuste, com a significativa melhora da situação fiscal, poderá ser proposto o reajuste das despesas pela inflação mais um percentual de crescimento acima da inflação. Ou, alternativamente, o índice de inflação utilizado para corrigir o limite poderá ser alterado, substituindo-se a inflação passada pela expectativa de inflação. futura [2].

          O limite de gastos corrigido pela meta de inflação representaria uma limitação que geraria uma queda abrupta do crescimento dos gastos no curto prazo. A inflação anual tende a convergir para a meta em 2017. O gasto público, por sua vez, cresceu, no período 2011-2015, muito acima da inflação. Sua variação nominal média no período atingiu 12% ao ano. Adotar, de imediato, a meta de inflação de 4,5% como referência para a correção dos gastos de um ano para outro seria irrealista [2].

          Por isso foi proposto que, nos primeiros dez anos do Novo Regime Fiscal, a despesa total não cresça acima da inflação do ano anterior (o que já é uma forte contenção em relação à situação atual). Como a inflação está convergindo para a meta, muito provavelmente em 2018 o gasto estará crescendo no mesmo ritmo da meta de inflação. Depois de dez anos, o critério de correção do limite de gastos poderá ser alterado, de modo que será possível adotar o critério de inflação esperada ou outro critério que se julgar mais adequado.  Lembrando que a PEC se aplica apenas à despesa da União[2].

            Não existe fórmula perfeita para sair da atual crise, a questão é, que se continuarmos gastando muito mais do que produzimos e arrecadamos, em breve entraremos em um colapso financeiro jamais visto por nossa nação. Claro que não existe sistema de governo perfeito, que a democracia representativa brasileira já demostrou ser uma cúria de mal intencionados, bandidos, desonestos e oportunistas, todavia, como diz São Tomás de Aquino, no primeiro sentido, o mal menor se refere às conseqüências derivadas de uma decisão numa situação que obriga a fazer uma escolha; sendo essa situação inevitável, escolhe-se a conseqüência menos prejudicial, e no caso a menos prejudicial é a enfadonha PEC 241. Concluo, dizendo, que passando esta tempestade, que abram os olhos os políticos, pois, o brasileiro está se politizando cada vez mais, e se Deus quiser, claro, tendo o mínimo de influência de doutrinas ideológicas interferindo, poderemos mudar a situação ao nosso favor. População, aprendam a pensar, ao invés de se direcionar através de gritos de militantes que se importam com tudo, menos com o bem, a verdade e o verdadeiro estado democrático de direito. O autor do artigo foi funcionário público durante meia década como contratado, sabe da realidade dura e difícil da classe, e realmente vê tal medida como mal menor, escolhamos entre a PEC, ou a miséria total como vemos em países da América do Sul como a Venezuela, onde 73% da população está na completa miséria.


1 -         UOL Economia - Bovespa .
2 - PEC 241 - Se você é contra a PEC do Teto de Gastos Públicos, você é contra o Brasil.Disponível em: http://www.pec241afavordobrasil.com.br. Acesso em 30/10/16.

3 - IBGE. Disponível em: http://www.ibge.gov.br.Acesso em: 30/10/16./16.


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