𝐹𝑖𝑙𝑜𝑠𝑜𝑓𝑖𝑎, 𝑇𝑒𝑜𝑙𝑜𝑔𝑖𝑎 𝑒 𝐶𝑢𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑒𝑚 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙!

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

MINHAS IMPRESSÕES SOBRE O ENSINO NO BRASIL

 

Acredito que muito além dos reais problemas que o estatuto da criança e do adolescente trouxe; ou do sucateamento proposital que a coisa pública faz questão de impor ao sistema de educação; ou o óbvio problema da infiltração marxista nas universidades, formando professores doutrinadores ideológicos; penso que, além de tudo isso, existe um sério problema de uso da linguagem / didática (maneira de ensinar). Seria esse rebuscamento de linguagem ensinado aos professores nas universidades pensado de forma proposital para o não entendimento dos alunos no ensino básico? Acredito que sim. Seria até mesmo o estudante universitário preparado para esta linguagem? Acredito que na sua maioria não. Para o acadêmico que se especializará e trabalhará neste meio, com projetos de pesquisa para o bom desenvolvimento de tecnologias e para o desenvolvimento do país tudo certo. Mas para o aspirante a professor, é essencial saber fazer a tradução dos conhecimentos aprendidos na academia, de modo que o aluno possa entender. Lembrando que o sentido de se tornar um professor não está nele, mas fora dele, nos alunos.

É público e notório que os professores não conseguem adequar seus conteúdos que, na maioria das vezes são complexos para a idade mental dos alunos. Os professores acabam descarregando conteúdos e mais conteúdos recheados de axiomatismos. Não há um ponto comum de interesse, que conecte o aluno com o professor e o conteúdo. As aulas acabam sendo técnicas demais; chatas demais; sem propósito demais para a cabeça deles. Os livros didáticos representam muito bem tudo isso.

Acredito que antes do ECA (Estatudo da Criança e do Adolescente), este problema também existia. Os resultados não eram tão ruins porque, os alunos ainda tinham deveres tanto quanto tinham “direitos” como acontece hoje. Então com a disciplina, tanto na escola quanto em casa, de certa forma, era possível relativamente manter o aluno focado nos estudos. O aluno tinha que passar; tinha que apresentar o boletim para os pais; não podia pegar mais de três recuperações, caso contrário era reprovado; se fosse indisciplinado corria o risco de ser expulso do colégio. Pais e alunos falavam a mesma língua; era uma metodologia ideal? Acredito que não, mas funcionava melhor.

O ideal dentre tantos legalismos garantidores de direitos, dentre outras situações de derivadas de desestruturações sociais; para ensinar, seria interessante, buscar uma adequação de linguagem para a realidade mental do aluno. Não estou propondo idiotizar o aluno, ou infantilizá-lo; mas inserirí-lo no conteúdo, para que ele consiga vislumbrar um mínimo de utilidade daquilo para a sua vida. Acredito muito na eficiência das associações mnemônicas; talvez inserir na grade do professor o domínio desta técnica seria proveitoso. Claro que não há uma fórmula exata; mas acredito que o professor bem intencionado, tem este caminho. Professor passe o seu conteúdo, mas de maneira que o aluno queira e consiga entender; use as ferramentas que forem possíveis para fazer sua interlocução com o mundo deles. Não se contente em fingir que está ensinando; e não permita que o seu aluno finja que está aprendendo. Não é preciso ser um gênio para entender que o Estamento Burocrático quer transformar seu aluno em um idiota; portanto, posicione-se. Já que resolveu investir nisso, lute.






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